Para o ministro Joaquim Barbosa, que nesta quinta-feira assumirá a presidência do Supremo Tribunal Federal, pergunta da imprensa tem cor!
"O senhor está irritado?"
É pergunta de branco!
"Ministro, o julgamento correu tranquilamente?"
De novo pergunta de branco.
O que seria, para usar o termo do próprio Joaquim, uma pergunta de "brother" ?
Certamente perguntas que não constranjam, insípidas, inodoras, e, agora sabemos, pela jurisprudência do racismo avesso de Joaquim, perguntas incolores!
Hoje, Joaquim censurou um repórter negro que o questionou sobre a primeira sessão do Supremo comandada por eler, o relator do processo do mensalão.
A pergunta estava lastreada no histórico de Joaquim de brigas e disputas na Corte.
Assim, em plena Corte Suprema, diante de inúmeros gravadores, o novo presidente do STF atribuiu determinados comportamentos-questionamentos à cor da pele...
Diante de um grupo de jornalistas, valeu-se do recurso do off (o repasse de informação mediante o compromisso de não se identificar a fonte) para se proteger do que diria em seguida.
O jornalista Luiz Fara Monteiro, da TV Record, negro como Joaquim, perguntou ao ministro se ele estava “mais tranquilo, mais sereno” na sessão desta tarde.
Ouviu de bate-pronto:
- Nesses dez anos, o ministro Joaquim botou para quebrar aí, quebrou as cadeiras? Gente, vamos parar de estereótipo, tá?
Dirigindo-se ao repórter, perguntou:
- Logo você, meu brother! Ou você se acha parecido com a nossa Ana Flor [repórter da agência Reuters que é loira]? A cor da minha pele é igual à sua. Não siga a linha de estereótipos porque isso é muito ruim. Eles [os demais jornalistas] foram educados e comandados para levar adiante esses estereótipos. Mas você, meu amigo?
O repórter não arriscou outra pergunta. Ninguém protestou. Pelo contrário.
Os jornalistas que rotineiramente cobrem as atividades do STF parecem acostumados com a rispidez de Joaquim.
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