O Globo
Andrea S. tinha 15 anos, estudava em um colégio próximo ao Coliseu e vivia ao sul de Roma. Era extrovertido e, às vezes, ia à aula usando roupas de cores extravagantes e esmalte nas unhas. Sua família e alguns amigos mais próximos dizem que ele estava secretamente apaixonado por uma menina de sua escola, mas nunca faltou quem fizesse piadas sobre sua homossexualidade aparente.
No Facebook, um usuário anônimo criou um perfil dedicado ao “garoto das calças cor-de-rosa”.
Na tarde da última quarta-feira (21), Andrea se enforcou na sua casa com seu lenço.
O Ministério Público de Roma abriu uma investigação para determinar se alguém pode ser acusado de “indução a suicídio”.
ois ministros e o prefeito de Roma expressaram seus pesares pelo ocorrido e os colegas de Andrea, do Liceo Cavour, acenderam velas e disseram que sentem uma dor dupla: pela perda de seu companheiro e por serem acusados pela imprensa como supostos assediadores.
A homofobia na Itália é uma doença grave, diagnosticada, mas a direita e, claro, o Vaticano se recusam a combatê-la. Um exemplo: no verão de 2011, a Câmara rejeitou a proposta do Partido Democrático (centro-esquerda) de introduzir a homofobia entre as infrações penais graves.
Esse mal tem que ser combatido com ações educativas.
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