Carlos Costa é jornalista e escritor |
A Associação de Moradores de Iranduba, a mais beneficiada com a ponte, lutou muito para vê-la concluída. Inicialmente contratada pelo valor de R$ 540 milhões, a obra chegou ao seu final a um custo superior a 1 bilhão de reais, tantos foram os seguidos aditivos que oneravam a obra, como aos novos contratos feitos para construção de defensas para proteção dos pilares de sustentação, iluminação, asfaltamento e sinalização.
De cara, o então governador, por ser engenheiro, deveria ter conhecimento que nenhuma obra pode ser inaugurada sem que todas as exigências do Código de Trânsito Brasileiro fossem integralmente cumpridas. E também, que no contrato inicial, tudo isso já deveria estar previsto para uma ponte de pouco mais de 3,5 km.
Mas deixando de lado essas questões financeiras, o progresso que a ponte levará também cobrará um elevado preço com os problemas sociais que advirão disso e que eles precisarão ser enfrentados e combatidos com a mesma força e coragem que os moradores de Iranduba, em alguns momentos liderados pelo promotor da Comarca, Mirtinho Fernandes. Moradores estes que demonstraram e apresentaram argumentos em favor da construção da ponte.
É certo que ficará mais fácil escoar toda a produção de frutas, legumes, tijolos e cerâmicas de Iranduba e dos outros municípios. Mas infelizmente, o progresso sempre caminha de mãos dadas com os problemas sociais. E os municípios, que eu tenha tido conhecimento, não se prepararam adequadamente para enfrentá-los!
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