O juiz Sérgio Moro aceitou nesta
quinta-feira (1º) o convite para ser ministro da Justiça do
presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) e, por isso, deixará de comandar a
Operação Lava Jato no Paraná.
Com a decisão de se afastar
do Judiciário, Moro não julgará mais Luiz Inácio Lula da Silva. O ex-presidente
é réu em dois processos da Lava Jato. Em 14 de novembro, ele seria interrogado
por Moro na ação que apura a compra do sítio de Atibaia.
O segundo processo que tem
Lula como réu no Paraná está relacionado a compra de um terreno onde seria
construída uma nova sede do Instituto Lula – que não chegou a ser erguida – e
de um apartamento vizinho ao do ex-presidente em São Bernardo do Campo, no ABC
Paulista.
Sergio Moro anunciou que
desde já está afastado das novas audiências.
O convite
Moro e Bolsonaro se reuniram
nesta manhã, no Rio de Janeiro. O juiz chegou à casa de Bolsonaro, na Barra da
Tijuca, um pouco antes das 9h. Ele saiu de Curitiba em voo de carreira e sem
seguranças.
Após o encontro, Moro
divulgou nota dizendo que aceitou "honrado" o convite. Moro disse,
ainda, que aceitava o cargo com "certo pesar" pois terá que abandonar
a carreira de juiz após 22 anos de magistratura.
"Fui convidado pelo Sr.
Presidente eleito para ser nomeado Ministro da Justiça e da Segurança Publica
na próxima gestão. Após reunião pessoal na qual foram discutidas politicas para
a pasta, aceitei o honrado convite. Fiz com certo pesar pois terei que
abandonar 22 anos de magistratura. No entanto, a perspectiva de implementar uma
forte agenda anticorrupção e anticrime organizado, com respeito a Constituição,
a lei e aos direitos, levaram-me a tomar esta decisão", diz trecho da nota
divulgada pelo juiz.
Ainda conforme Moro, na
prática, a decisão significa consolidar os "avanços contra o crime e a
corrupção dos últimos anos e afastar riscos de retrocessos por um bem
maior."
Fonte: G1
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