O presidente da República, Michel Temer,
disse nesta quinta-feira (21) que o presidente da Argentina, Mauricio Macri,
"serve de exemplo" por ter conseguido aprovar a reforma da
Previdência no país.
Temer deu a declaração ao recepcionar Macri
na entrada do Palácio do Itamaray, sede do Ministério das Relações Exteriores,
que recebe nesta quinta a 51ª reunião de cúpula do Mercosul.
Durante a reunião do bloco, Temer passará a
presidência rotativa do Mercosul ao presidente do Paraguai, Horacio Cartes.
Temer recebeu Macri, os dois se
cumprimentaram e posaram para fotos. Quando o presidente argentino se despedia,
Temer olhou para os fotógrafos e cinegrafistas e o elogiou:
"Ele aprovou a Previdência lá na Argentina,
viu. Serve de exemplo", disse.
Na última terça-feira (19), sob protestos da
população e greve nos transportes, o Congresso argentino
aprovou a reforma da Previdência no país.
A proposta estava em análise no país desde
novembro, como parte dos esforços de Macri para reduzir o déficit fiscal e
atrair investimentos.
O projeto aprovado muda a fórmula usada para
calcular os benefícios, atrelando-os aos preços ao consumidor em um momento de
expectativa de inflação mais baixa.
Previdência no Brasil
A reforma da Previdência é a prioridade de
Temer no plano econômico. O presidente brasileiro pretendia colocar o tema em
votação no Congresso ainda neste ano. No entanto, sem os votos necessários para
aprovar as mudanças nas regras de aposentadoria, o governo e o presidente da
Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), adiaram a votação para
fevereiro de 2018.
Como se trata de uma emenda à Constituição, a
reforma exige os votos de 308 dos 513 deputados. Depois de passar por dois
turnos na Câmara, a emenda ainda precisa ser aprovada pelo Senado, também em
duas votações.
Mercosul
Os presidentes dos
países do Mercosul chegaram ao Itamaraty no final na manhã desta quinta.
Temer, que está no comando rotativo do
Mercosul, recebeu, além de Macri, Tabaré Vázquez (Uruguai) e Horacio Cartes.
Temer ainda recepcionou os presidentes Evo Morales (Bolívia) e David Granger
(Guiana).
Na reunião desta quinta, Temer passará a
presidência pro tempore do Mercosul a Cartes. O presidente do Brasil assumiu o
posto em julho, na reunião de cúpula realizada na Argentina.
A programação oficial prevê, além da reunião
dos chefes de estado do Mercosul e dos países associados, uma foto oficial do
encontro e um almoço no Itamaraty.
No discurso de abertura da reunião, Temer
afirmou aos colegas chefe de estado que o Brasil está "fazendo muitas
reformas" e que vai levar adiante a sua reforma da Previdência. Ele
aproveitou e voltou a citar a recente vitória de Macri.
"Quero cumprimentar a Argentina, por
meio do presidente Mauricio Macri, que conseguiu uma expressiva vitória na
aprovação em torno da reforma da Previdência no seu país", disse Temer.
Venezuela
Temer também abordou
em seu discurso a situação da Venezuela, que está suspensa do bloco. Ao assumir
a presidência rotativa do Mercosul, em julho, Temer afirmou que o bloco viu a
"ruptura" da ordem democrática no país governador por
Nicolás Maduro.
O presidente do Brasil
afirmou mais uma vez que, normalizada a situação na Venezuela, o país
poderá retornar ao bloco.
"Queremos, aliás, que a nação venezuelana, de volta à democracia, possa
também voltar ao Mercosul, onde será recebida naturalmente de braços
abertos", disse Temer.
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