Não entendo como criança
Que não pediu pra nascer
Mas depois de ter nascido
Vai sofrer, sofrer, sofrer
Por que um outro pecou
Foi embora e não pagou
O que estava a dever.
Quem diabos é que tem culpa
Do pecado original
Se num passado remoto
Alguém se comportou mal,
Ele que pagasse a conta
Que hoje em dia remonta
Impagável e abissal.
Isto me lembra crianças
Dos pontilhões, das favelas
Que como as demais crianças
São inocentes e belas,
Mas, por desvario insano
Nas festas de fim de ano
Bem poucos se lembram delas...
E, enquanto “árvores” coloridas
Enfeitam toda cidade
O campo chora desnudo
Por que árvore de verdade
Para compor o cenário
Só se for no calendário
Manoel Monteiro
Campina Grande,
Nenhum comentário:
Postar um comentário