A delação premiada do ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht Cláudio Melo Filho deve trazer resistências à aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da reforma da Previdência na Câmara dos Deputados. Oposição e PSB, partido que tem votado com o governo Michel Temer, já falam em obstruir a votação do projeto.
A proposta será lida na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa nesta segunda-feira (12), e deputados governistas devem pedir vista (tempo para análise) para, após duas sessões do plenário, haver a votação na quarta-feira.
O deputado Júlio Delgado (PSB-MG), um dos quatro integrantes do partido na Comissão de Constituição e Justiça, afirmou que a delação agrava a crise política. “Temos clima para votar uma reforma que mexe tanto com as pessoas? Não adianta correr igual coelho, para depois a aposentadoria do cidadão ser a passo de tartaruga”, questionou o parlamentar.
O PR ainda não está decidido quanto ao tema, mas o deputado Delegado Waldir (PR-GO) disse ver motivos para a comissão não aprovar a matéria. “Eu penso que o governo está abalado, treme com as delações premiadas trazidas pela Odebrecht. Acho que deveríamos adiar esta discussão para 2017, até que nós tenhamos mais estabilidade”, declarou.
Com sete integrantes na Comissão de Constituição e Justiça, o PT vai entrar com um “kit obstrução” da votação da PEC, segundo informou o líder do partido na Câmara, deputado Afonso Florence (BA).
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