Não choreis os que vão em liberdade
Buscar no espaço o luminoso leito
Da paz, de um caminho estreito
Desse modo de dor e de orfandade
O pranto é a flor de aroma da saudade,
Que perfuma e crucia o vosso peito,
Mas, transformai-o em gozo alto e perfeito,
Em santa e esperançosa claridade.
Chega um dia em que o Espírito descança
Das aflições, angústias e cansaços,
Dao aguilhões das dores absolutas:
Feliz de quem, na crvença e na esperança,
Procura a luz sublime dos espaços,
Buscando a paz depois das grandes lutas.
ANTERO DE QUENTAL, nascido na ilha de S. Miguel, em 1842, e desencarnado por suicídio, em 1891. É vulto eminente e destacado nas letras portuguesas, caracterizando-se pelo seu espírito filosófico.
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