sexta-feira, 11 de outubro de 2013

AUSÊNCIA BREVE

Nada sei desta angústia que me invade
desde quando ela se foi, daquela hora
quando disse até breve e foi embora
deixado um não-sei-quê de ansiedade. 

A casa está  menor, pela metade,
parece que nela ninguém mora, 
a rede, no trerraço lá de fora,
de quando em vez balança de saudade.

Nada sei de meus olhos de mendigos, 
dessa dor sem doer, mas eu predigo
ser coisa de feitiço ou de lundum.

Já não durmo,parfece até castigo:
sinto sono e me deito e não consigo,
nesse cama de dois, faltando um.

RONALDO  CUNHA LIMA, poeta e ex-governador paraibano


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