Augusto dos Anjos
No tempo de meu pai sob estes galhos,
Como uma vela fúnebre de cera,
Chorei bilhões de vezes com a canseira
De inexorabilíssimos trabalhos.
Hoje essa árvore de amplos agasalhos
Guarda como caixa derradeira,
O passado da flora brasileira
E a paleontologia dos carvalhos.
Quando pararem todos os relógios
Da minha vida e a voz do necrológios
Gritar nos noticiários que eu morri.
Voltando à Pátria do homogeneidade,
Abraçado com a própria Eternidade
A minha sombrá há de ficar aqui.
Augusto dos Anjos, poeta paraibano, simbolista nasceu em 20 de Abril de 1884 no engenho Pau"arco. Quem, eventualmente for a Paraíba, poderá visitar o seu memorial na cidade de Sapé, região metropolitana de João Pessoa, onde pode constatar o Tamarindo secular, que inspirou Augusto dos Anjos a tecer este maravilhoso soneto.
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