sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

CELSO DANIEL


Arthur Virgílio é diploma do Brasil em
 Portugal e ex-senador do Amazonas
Faz 10 anos que assassinaram, o prefeito petista de Santo André, Celso Daniel, de quem fui colega de Câmara. Lembro-me dele como pessoa cordial, educada, disposta ao diálogo. Não cheguei a ser seu amigo, mas considerava-o um bom companheiro de trabalho, ele com suas próprias convicções e eu com as minhas. Em janeiro de 2002 eu era ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República e estava no Canadá, em missão oficial, quando soube da tragédia. Liguei imediatamente para minha chefe de gabinete, inteirei-me dos fatos e, a seguir, falei com o presidente Fernando Henrique.
Disse-me ele que, no dia seguinte, receberia Lula e José Dirceu e que adotaria todas as medidas necessárias à plena elucidação do caso. Telefonei, então, para Dirceu, que me disse em tom que me soou comovido: “Arthur, estão matando nossos companheiros!”.
Pedi-lhe que não fizesse juízos precipitados e assegurei-lhe que o governo federal colocaria toda a sua logística atrás dos criminosos. E, na manhã seguinte, comecei a viagem de retorno ao Brasil.
O tom dos noticiários, no dia posterior ao atentado, era de pura indignação – e muita insinuação – petista. Quase que acusavam governistas de estarem por trás da barbárie.
Cheguei a Brasília, depois de trocar de avião algumas vezes e de esperar inquieto em aeroportos, e fui direto ao presidente. Conversamos um pouco, ele me relatou a audiência que concedeu a Lula e me disse: “vá conversar com o general Cardoso. Será bem esclarecedor”. Fiz isso e percebi que o caso era bem mais confuso e obscuro do que parecia.

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