Na semana em que a Petrobras chegou a perder 10% de
seu valor na Bolsa em um dia, a presidente da empresa, Graça Foster, disse
esperar uma "compreensão maior" do mercado para o reajuste de preços
recém-anunciado.
No dia 29, a estatal aumentou o diesel em 8% e a
gasolina em 4%. Os valores ficaram abaixo do esperado pelos investidores, o que
levou à forte queda das ações.
Graça reconheceu que a desvalorização foi
"muito ruim", mas prometeu recuperar a confiança dos acionistas e
reduzir, aos poucos, a diferença entre os preços cobrados no Brasil e no
exterior.
Com uma tabela nas mãos, mostrou que a defasagem em
relação ao mercado internacional seis dias após o reajuste ainda era de 17,8%
para o diesel e 14% para a gasolina.
Ela negou que a empresa tenha desistido de
implantar uma nova metodologia para os reajustes, conforme anunciara ao mercado
em outubro.
Apesar de a inflação ter se tornado tema central no
debate eleitoral, avisou que os preços podem voltar a subir em 2014 com a
aplicação da fórmula. Graça falou à Folha anteontem, em sua primeira entrevista
desde o reajuste.
*
Folha - Como a sra. reagiu à queda das ações da
Petrobras?
Graça Foster - É muito ruim. Fiquei apreensiva pela
discussão. Óbvio que ver uma queda de 10% em um dia [é ruim]. Mas tenho certeza
de que à medida de que o mercado enxergue o efeito dessa metodologia...
Primeiro, estou dizendo que ela existe. Jamais
faria um fato relevante [comunicado ao mercado] em cima de uma metodologia que
não existe. E jamais faria uma metodologia que não trabalhasse com fatos
realistas.
Esperava compreensão maior do mercado, que ele
tivesse compreendido o grande avanço que fizemos. Não é "Poxa, me
compreenda". É a compreensão do que estava escrito nos fatos relevantes.
Mas também é preciso tempo para explicar e quantificar os efeitos da
metodologia.
Podemos esperar novos aumentos em 2014?
É possível, pela metodologia, que nós possamos ter
que praticar novos aumentos.
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