Apesar das desonerações de impostos à indústria, investimentos não deslancharam
O Globo
Na véspera do dia 1º de maio de 2012, a presidente Dilma Rousseff foi à TV para anunciar a batalha contra os juros altos, na época em 9% ao ano. Usou palavras duras para criticar os bancos, e sua determinação foi motivo de elogios entre aliados. Pouco mais de um ano depois, o cenário mudou.
A inflação disseminada e resistente — que já superou o teto da meta de 6,5% duas vezes neste ano — levou o Banco Central a iniciar um ciclo de alta dos juros com três aumentos seguidos na Selic. E a maioria do mercado já aposta que a taxa encerrará 2013 a 9,25% ao ano.
Economistas ouvidos pelo GLOBO afirmam que a bandeira dos juros baixos não foi a única promessa a ficar para trás. Eleita com uma campanha focada no perfil de de gestora eficiente, a presidente se tornou alvo da cobrança por resultados.
Os investimentos não deslancharam apesar dos incentivos tributários à indústria. A taxa de investimento considerada ótima pelo próprio governo, de 24% a 25% do PIB (Produto Interno Bruto, soma dos bens e serviços produzidos no país) não foi alcançada.
No primeiro trimestre deste ano ficou em 18,4% do PIB. Métodos heterodoxos nas contas públicas — a contabilidade criativa — foram um dos principais fatores que levaram a agência de classificação de risco Standard & Poor’s a ameaçar rebaixar o rating do Brasil, com uma perspectiva negativa.
O avanço da inflação, que nos 12 meses encerrados em junho chega a 6,7%, e a acomodação do mercado de trabalho têm feito a renda do trabalhador crescer cada vez menos.
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