sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

ALMA

Nos combates ciclópicos, titânicos,
Que eu as vezes na Terra empreendia,
Nos vastos campos da Psicologia,
Buscava as almas seres inorgânicos.

Nas lágrimas, nos risos e nos pânicos,
Nos distúrbios sutis da hipocondria,
Nas defectividades da estesia,
Nos instintos soezes e tirânicos,

Somente achava corpos na existência,
E o sangue em continuada efervescência
com impulso terríficos e tredos.

Enceguecido e louco eu era, 
Que não via dos astros a monera,
As luzes d'alma em trágicos segredos.

AUGUSTO DOS ANJOS, paraibano, poeta simbolista, nasceu em 1884 e desencarnou em 1914
Nota- Este soneto foi psicografado por Chico Xavier e transcrito no livro Parnaso de Além-Túmulo

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