Ricardo Noblat
Nem Marina Silva, nem Aécio Neves, nem Eduardo Campos.
O principal adversário da presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição, é Luiz Inácio Lula da Silva – por cinco vezes candidato a presidente, eleito em 2002, reeleito em 2006, e agora aspirante ao terceiro mandato.
Não acredite se Lula voltar a dizer que não deseja subir outra vez a rampa do Palácio do Planalto. Simplesmente não acredite.
Dilma e Lula travam uma batalha de morte para Dilma e de adiamento de um sonho para Lula.
Caso não concorra a um segundo mandato - ou concorra e acabe derrotada -, o mais provável é que Dilma saia de cena. Política não é a praia dela – pelo menos a política do “me empresta seu jatinho que eu lhe ajudo a fazer negócios com o governo”.
Lula preferiu ser sucedido por Dilma ao imaginar que isso facilitaria sua volta. Afinal, ela lhe seria grata para sempre. Outro nome do PT que o sucedesse, talvez não.
Passados quatro anos, Dilma cederia o lugar a Lula sem oferecer resistência. Quem mais do PT seria capaz de se comportar assim? É o que Lula deve ter pensado.
De resto, Dilma nunca foi do PT. Foi do PDT de Leonel Brizola. Por conveniência, filiou-se ao PT. Mas nunca se reconheceu como uma petista de verdade. Nem o PT a reconhece como tal.
Ocorre que Dilma gostou do poder. E quer provar que não é um poste que Lula acende ou apaga ao seu gosto. Compreensível, pois não. Daí...
Daí a batalha surda que travam. Por ora essa é a batalha que importa.
Marina como vice de Eduardo, Aécio e Eduardo ainda não entraram no ringue. Preparam-se para entrar. Dilma está no meio do ringue. E defende-se sozinha.
Lula? Só finge que a defende. O PT? Nem isso. Os demais partidos torcem pelo fim do seu governo.
Marina como vice de Eduardo, Aécio e Eduardo ainda não entraram no ringue. Preparam-se para entrar. Dilma está no meio do ringue. E defende-se sozinha.
Lula? Só finge que a defende. O PT? Nem isso. Os demais partidos torcem pelo fim do seu governo.
Com poucos telefonemas, se quisesse, Lula enterraria de vez o movimento “Volta, Lula”, que recrudescerá depois da queda de Dilma na mais recente pesquisa Datafolha sobre intenção de voto.
Ela caiu seis pontos percentuais, embora ainda se reeleja no primeiro turno. O mais preocupante para Dilma: aumentou a vontade dos brasileiros por mudanças.
Pouco mais de 70% querem que o próximo presidente aja de maneira diferente da maneira de Dilma. E
m cerca de um ano cresceu de 34% para 63% o percentual dos que dizem que Dilma faz pelo país menos do que eles esperavam.
m cerca de um ano cresceu de 34% para 63% o percentual dos que dizem que Dilma faz pelo país menos do que eles esperavam.
O fantasma do desemprego assombra mais gente. Assim como o pessimismo com o poder de compra.
O enfraquecimento de Dilma favorece a volta de Lula, mas um enfraquecimento em excesso atrapalha ou inviabiliza.
Quer dizer então que Dilma não foi melhor administradora do que ele? Lula garantiu que ela seria. A culpa é de quem? De Dilma que jamais cogitou de ser candidata a presidente? Ou de Lula que cogitou por ela?
Termina em 30 de junho o prazo para que os partidos indiquem seus candidatos às eleições deste ano. Se até lá se convencer de que será derrotada, Dilma abdicará da reeleição.
Lula não poderá esperar tanto tempo. A costura das alianças políticas nos Estados está avançada ou quase pronta. Lula teria dificuldades para desmanchá-la.
Enquanto isso...
A revelação de que a Petrobras fez negócios podres atinge os dois governos de Lula. O PT sofre com a revelação de que um dos seus dirigentes foi parceiro de um doleiro preso. E não falta munição contra Lula e o PT.
Dilma nada tem a ver com isso - nada. E a tudo assiste desolada...
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