O autoproclamado presidente
da Venezuela, Juan Guaidó, convocou na manhã desta terça-feira (30) a população
às ruas e declarou ter apoio de militares para pôr fim ao que ele chama de
"usurpação" na Venezuela.
Autoridades do governo falam
em tentativa de golpe de estado e convocaram
apoiadores a se manifestar a favor de Nicolás Maduro, que afirmou
ter apoio de comandantes das Forças Armadas (leia mais ao final da reportagem).
Houve disparo de bombas de gás nas ruas da capital, Caracas
Guaidó afirmou em post em
rede social que se encontrou com as principais unidades militares das Forças
Armadas e que deu início à fase final da chamada "Operação
Liberdade".
"Povo da Venezuela,
vamos à rua. Força Armada Nacional, a continuar a implantação até que
consolidemos o fim da usurpação que já é irreversível", declarou Guaidó.
Líder da oposição
solto
O movimento desta quarta
também foi marcado pela soltura de um opositor do governo, o líder Leopoldo
Lopez, que cumpria prisão domiciliar imposta sob o regime de Maduro. Segundo
Guaidó, o governo autoproclamado [de oposição a Maduro] libertou Lopez, que
seguiu para as ruas.
"Este é o momento, a
convenção é mundial, acabem com a usurpação, todos saiam às ruas", afirmou
Lopez.
Em entrevista coletiva nesta
manhã, o ministro brasileiro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, afirmou
que o Brasil espera
que militares venezuelanos apoiem a "transição
democrática" no país vizinho. Segundo Araújo, o Brasil ainda está reunindo
informações sobre o que está ocorrendo na Venezuela. O presidente Jair
Bolsonaro fará uma reunião de emergência nesta tarde sobre o
caso.
O que aconteceu até
agora
· Presidente autoproclamado
Juan Guaidó convoca população às ruas e diz ter apoio de militares;
Presidente Nicolás Maduro
afirma que conversou com todos os comandantes das chamadas Redi (Regiões de
Defesa Integral) e Zodi (Zona de Defesa Integral), que, segundo ele,
manifestaram "total lealdade ao povo, à Constituição e à pátria";
Líder da oposição Leopoldo
Lopez, que estava em prisão domiciliar após decisão sob o regime de Maduro, é
liberado e vai às ruas ao lado de Guaidó;
Diosdado Cabello, que
comanda a Assembleia Constituinte pró-Maduro, convoca apoiadores do governo a
se dirigirem para o palácio presidencial de Miraflores;
Policiais disparam bombas de
gás contra manifestantes na capital, Caracas. Segundo TV estatal, eles tentam
dispersar "golpistas";
Ministro brasileiro de
Relações Exteriores, Ernesto Araújo, afirma que o Brasil espera que militares
venezuelanos apoiem a "transição democrática" no país vizinho;
Secretário de estado dos
EUA, Mike Pompeo, diz que governo norte-americano "apoia plenamente o povo
venezuelano em sua busca por liberdade e democracia".
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