A Argentina tem até março para renegociar cerca de US$ 100
bilhões em dívida com detentores de bônus e outros credores, incluindo o Fundo
Monetário Internacional (FMI), afirmou o chefe de gabinete do presidente
Alberto Fernández em entrevista ao jornal La Nación.
"O time econômico está negociando", afirmou
Santiago Cafiero na entrevista publicada neste domingo (15).
"Temos que tentar resolver as questões da dívida para
que, fundamentalmente, se encaixem dentro de um programa macroeconômico
sustentável", disse Cafiero, acrescentando que está previsto que o novo
ministro da Economia, Martín Guzmán, viaje aos Estados Unidos para reuniões com
credores antes do final do ano.
Cafiero disse ao jornal argentino que o governo pretende
impor, na segunda-feira, uma taxação de 20% sobre bens e serviços comprados em
dólares americanos.
A iniciativa visaria estabilizar o peso, que perdeu mais de
80% do seu valor ao longo dos últimos quatro anos, ajudando a levar a inflação
para mais de 50% ao ano.
Para arrecadar recursos para o pagamento da dívida e para as
despesas correntes, incluindo programas para aliviar a taxa de pobreza crescente,
a Argentina anunciou no sábado um aumento da taxação das exportações de grãos.
"Entendemos as dificuldades que o campo teve por
questões climáticas, entendemos que há muitos insumos que são em dólares, mas
também temos que ser conscientes de que o governo de Macri teve uma
desvalorização de mais de 500% e isso gera uma rentabilidade
extraordinária", disse Cafiero sobre a decisão de elevar as tarifas sobre
exportações.