segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Michel Platini se diz envergonhado por acusações: "Me arrastaram pelo barro"

Francês minimiza suspensão de três meses imposta pela Fifa e diz que o que mais o incomoda é estar "no mesmo saco" que dirigentes já condenados por corrupção

Michel Platini, Monaco (Foto: Agência Reuters)

Michel Platini, enfim, falou sobre as investigações de suborno da qual é alvo na Justiça da Suíça e que resultou em sua suspensão do futebol por 90 dias. Ainda candidato à presidência da Fifa na disputa do próximo dia 26 de fevereiro e com o apoio da Uefa (apesar de a Federação Inglesa ter acabado com a unanimidade na decisão da entidade), o francês concedeu entrevista o jornal "Le Monde" e não escondeu o incômodo com a série de acusações que vem sofrendo. Para o ex-jogador, pior que a punição é ser comparado a nomes já condenados pelo escândalo que abalou o órgão máximo do futebol em 2015.   
Além de Michel Platini, o ex-secretário geral da Fifa, Jérôme Valcke, e o presidente Sepp Blatter, também estão afastados de suas funções até que as autoridades suíças concluam investigações envolvendo seu nome. No comando da Uefa desde 2007, o francês revelou seu sentimento diante dos fatos recentes:   
- Me suspenderam por três meses, mas o que mais me irrita é que me coloquem no mesmo saco que os outros. Estou envergonhado que me arrastem pelo barro.    
Me suspenderam por três meses, mas o que mais me irrita é que me coloquem no mesmo saco que os outros. Estou envergonhado que me arrastem pelo barro
Michel Platini, candidato à presidência da Fifa
Platini é investigado pela quantia de 2 milhões de francos suíços que recebeu de Joseph Blatter em 2011. O ex-jogador reafirmou que o depósito, feito em 2011, seria por um trabalho de consultor realizado entre janeiro de 1999 e junho de 2002, explicação considerada satisfatória pelos colegas de Uefa.    
- Era uma coisa de homem para homem. Blatter ia virar presidente da Fifa e confiava nele. Depois, fiquei sabendo que no direito suíço um contrato verbal vale o mesmo que um escrito. Quando disse a Blatter "um milhão do que você quiser", era como dizer "paga-me quanto quiser". Trabalhei muito e muitas pessoas podem comprovar.   
Principal candidato ao cargo máximo da Fifa, Platini acredita que suas ambições tenham peso determinante nas acusações que vem sofrendo. O francês, por sua vez, segue firme em seu discurso de que é necessária uma mudança radical na entidade.   
- Cada vez mais que me aproximo do sol, há fogo por todas as partes. Muita gente já se foi. A renovação tem que impulsionar a transformação. De qualquer maneira, se a Fifa não mudar, o FBI se encarregará de fazer isso.   
Considerado o favorito à sucessão de Blatter antes da suspensão, Platini concorrerá ao cargo com o príncipe jordaniano Ali Bin Al-Hussein, que oficializou sua candidatura nesta quinta-feira. Há, ainda, outros pré-candidatos como os ex-jogadores Zico e David Nakhid e o presidente da federação da Libéria, Musa Bility.

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