domingo, 23 de março de 2014

EX-DIRETOR DA PETROBRAS PRESO É AFILHADO DE SARNEY E RENAN

Estado de São Paulo

Conhecido no Congresso como “o homem que resolve”, Paulo Roberto Costa teve o apoio de PP, PMDB e PT nos oito anos em que esteve na Diretoria de Abastecimento da Petrobrás, até ser demitido em 2012, após a chegada de Graça Foster à presidência da estatal.
Frequentador assíduo de gabinetes na Câmara e no Senado, Costa interferia tanto em casos de disputas internas nos partidos pela vaga de líder como financiamento de campanha.
Colegas dizem que Costa tinha mais poderes na empresa do que o diretor da área internacional, Nestor Cerveró, apontado pela presidente Dilma Rousseff como responsável por omitir do Conselho de Administração dados sobre o contrato da refinaria de Pasadena. Cerveró apresentou ao conselho um documento sem cláusulas do contrato de compra. Dilma disse que, se soubesse dessas cláusulas, não apoiaria o negócio.
Sua prisão na quinta-feira, pela Polícia Federal, foi interpretada no Congresso como um recado aos amigos do “operador” que defendem a CPI da Petrobras. Não há dúvidas de que, caso se sinta pressionado e decida contar sua experiência na Petrobras de 2004 a 2012, o número de investigados numa possível CPI poderá aumentar.
Tamanha era a eficiência de Costa que ele conseguiu ter a indicação “embarrigada” por vários caciques partidários.
O primeiro apadrinhamento veio da bancada do PP. Depois, no PMDB, o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), e o senador José Sarney (AP) são apontados como padrinhos do ex-diretor.
No PT, também tem boas relações. Em 2008, o deputado estadual Gilberto Palmares (PT-RJ) concedeu ao então diretor o título de “cidadão do estado do Rio de Janeiro” pelos “serviços prestados” e por “desempenhar suas funções com profissionalismo ímpar”.
Três anos depois, os vereadores Rubens Andrade (PSB) e Patrícia Amorim (PMDB) também deram uma honraria a Costa na Câmara Municipal.
Na Petrobras, Costa era considerado braço forte de Gabrielli. O ex-diretor ajudou a redigir o contrato de compra da refinaria de Pasadena pela empresa, um negócio sob suspeita de superfaturamento e evasão de divisas, investigado por Polícia Federal, Tribunal de Contas da União e outros órgãos.
Entre suas atribuições estava a de adaptar as refinarias de modo a aumentar a taxa de conversão de diferentes tipos de óleo. A refinaria de Pasadena, por exemplo, seria adaptada para processar óleo produzido pela Petrobras

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