segunda-feira, 3 de setembro de 2012

LIXO DO LUXO!

Carlos Costa é jornalista,
 Assistente Social e escritor
O lixo é o descarte do luxo desnecessário e supérfluo!

Do belo e preocupante espetáculo das águas dos Rios que formam o belo cartão postal do “Encontro das Águas”, invadindo as casas como serpente branca e negra, agora só restou à triste realidade do acumulo de lixo embaixo das casas dos ribeirinhos. O que parecia uma bandeira multicolorida formada por garrafas pet, pedaços de madeira solta de alguma casa ou jogada pelos moradores, se transformou em sala de estar com móveis, sofás, TVs, restos de computadores e muitas reclamações. O luxo é o desnecessário e supérfluo, adquirido por compulsão!
 A culpa e a responsabilidade devem ser compartilhadas entre a falta de cidadania dos ribeirinhos e o poder público que faz sua parte retirando mais de 15 toneladas de lixo dos igarapés, por dia. Contudo, nada ou pouco faz para coletar o que foi jogado pelos moradores quando os igarapés secam parcial ou totalmente, e depois voltam a subir vindos à tona em forma de protesto silencioso contra as autoridades e contra os próprios moradores que insistem em jogá-lo no leito dos igarapés em forma de pequenos pedaços de papeis, copos e garrafas plásticas tipo PET, cadeiras plásticas, pneus usados, móveis e restos de TVs e computadores descartados além de outras imundícies mais...
 Falta cultura e cidadania aos ribeirinhos que transformam as águas em depósitos de lixo. Falta também coleta seletiva e um programa que ajude os moradores das palafitas a coletar e reciclar toda sua produção descartada em forma de lixo urbano.  Subindo e descendo ao sabor das águas e do vento, o lixo não tem para onde se mover. É um prisioneiro de si mesmo e da falta de consciência ecológica de muitos ribeirinhos que, embora necessitados, precisam colaborar com o Poder Público, pois a questão não é só de responsabilidade de um ou de outro. É de todos!
 Como disse desde o início, o lixo nada mais é do que o luxo jogado fora quando poderia ser perfeitamente reciclado em seu todo ou em parte, se houvesse uma gestão pública voltada para a preservação do meio ambiente, o que não acontece de forma sistemática. Cooperativas de catadores formada e mantida pelos próprios  ribeirinhos, ensino de reciclagem em salas de aula para as crianças matriculadas, poderiam ser soluções práticas e eficientes pelo menos para a pessoal sair da miséria absoluta em que vivem e conseguir pelo menos subsistir durante as cheias dos igarapés e na vazante que ocorre todos os anos!
 Devido à falta de consciência dos ribeirinhos, de ação de limpeza  pelo Poder Público na época da vazante dos igarapés e da inexistência de processo um seletivo de coleta, só as pessoas inconscientes e inconsequentes com o meio ambiente reclamam do mau cheiro que exala dos igarapés poluídos que se revoltam com a sujeira e suas águas decidem se esconder não se sabe aonde, talvez seja nos Oceanos, que também estão ficando poluídos com óleos de motores, restos de madeiras jogadas, sacos plásticos, sofás, Tvs, computadores velhos descartados, prejudicando a alimentação de peixes e aves, fazendo-os morrer na praia, contaminados!



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