sexta-feira, 20 de abril de 2012

BOA NOVA: O PROCESSO DO MENSALÃO SERÁ VOTADO JÁ

POLÍTICA

Na última segunda feira, o Ministro Ayres de Brito, que foi eleito para presidir o STF, dirigiu-se corajosamente à sociedade: “o processo do mensalão será votado já, independentemente do calendário eleitoral”.
Bela afirmação de autoridade, coerência e decência. O Brasil precisava ouvir o que ouviu.
O mensalão é, sem dúvida, o maior escândalo da história republicana brasileira. Significou a compra de apoio parlamentar para o primeiro governo Lula e, junto com ela, a distribuição de dinheiro sujo para membros do partido do então Presidente.
O Ministério Público Federal realizou trabalho consciente e eficaz. Concluiu por denunciar 40 nomes à Suprema Corte. O Procurador-Geral daquele momento, Antônio Fernando, conferiu a tal agrupamento a denominação de “quadrilha” e indicou como seu chefe o ex-Ministro José Dirceu.
Contratados a peso de ouro, os advogados dos réus lançaram mão de todos os recursos possíveis e imagináveis para retardar a decisão. Pensavam, claramente, em levar à prescrição o máximo de crimes cometidos pelos mensaleiros. Supunham poder contar com uma lentidão que o STF lhes negará.
Inocente deve ser declarado inocente (não creio em “inocências” naquele processo quilométrico) e culpado deve ser declarado culpado. Inaceitável seria a não-decisão, o não-voto, a não-deliberação, a não-sentença.
A tradição do Supremo não poderia permitir que o escândalo fosse enterrado por decurso de prazo. Daí o orgulho que as palavras de Ayres de Brito provocaram nos brasileiros. Orgulho e esperança misturados
Arthur Virgílio é diplomata e foi líder do PSDB no Senado

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