terça-feira, 24 de janeiro de 2012

PARA NÃO DIZER QUE NÃO ESCREVI SOBRE O TEMPO!

Carlos Costa é jornalista e scritor
“O tempo não para mais, no entanto, ele nunca envelhece”, já cantou o poeta Cazuza. Mas, eu envelheci e aprendi há respeitar o tempo que não existe, mas que percebo pelos meus cabelos e barbas brancos e o corpo mais flácido do que era antes! Ah, é tempo!

Ah, tempo cruel! Ele, o tempo me destrói um pouco a cada dia, mas me reconstrói todos os dias, também. O tempo nos ensina e nos faz ensinar. O tempo nos causa derrotas; mas, vitórias também... Ah, o tempo!!!!

O tempo foi uma convenção criada pelo homem para marcar a história do antes e do depois.

Mas, com esse passar de tempo, quando crianças, temos a impressão, que ele não nunca passa. Na fase adulta e principalmente na idade que tenho hoje, o tempo parece que o tempo corre rápido demais, que voa e nos encaminha rápido para o destino dos ricos e dos pobres, dos com muito dinheiro e dos que não têm quase nada: à morte!

Uns morrem mais cedo; outros, mais tarde e, eu, teimando em viver às cirurgias, trombose, derrame, reumatismo e outras sequelas adquiridas depois de cada cirurgia para tratar de um empiema subdural cerebral, resultado, talvez, uma de uma sinusite; mas que pode também ser provocada por infecção grave do ouvido, uma ferida na cabeça ou no cérebro, uma intervenção cirúrgica ou uma infecção do sangue secundária a uma infecção pulmonar.

Até hoje, os meus médicos ainda não conseguiram chegar a um diagnóstico preciso sobre a origem da doença que tenho e nem explicar o porque de eu estar vivendo tanto ainda, com duas bactérias alojadas no cérebro! É um mistério que talvez nem o tempo consiga explicar!

O tempo me deu de presente, sem que eu pedisse nada, acumulo de pus no cérebro, entre a dura-mater e aracnóide, que me leva ao hospital em média a cada dois anos para novas intervenções cirúrgicas, sempre muito delicadas.

De tudo que o tempo me deixou e me deu de presente, nada reclamo; só agradeço a Deus por me manter vivo até agora, entre todos meus companheiros.

Estou preparado para morrer...mas enquanto poder viver, lutarei contra as injustiças sociais, a corrupção, à falta de cidadania e combatendo os desmandos e desrespeitos cometidos contra à população brasileira, quase que diariamente, principalmente nas escolas, hospitais...e segurança! O tempo nos ensina, nos faz aprender, nos faz amar e também nos faz sofrer! Mas é o tempo, o que podemos fazer? Ah, o tempo, nada mais que o tempo!

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